tag:blogger.com,1999:blog-3755799959483872732024-03-05T05:36:08.571-03:00Doze Frases SilenciosasDenise Medeiroshttp://www.blogger.com/profile/11847001132563600430noreply@blogger.comBlogger45125tag:blogger.com,1999:blog-375579995948387273.post-92011614405279091472015-11-29T21:37:00.000-03:002015-11-29T21:37:13.368-03:00fulaninho já foi mas ficou a van<br />
o velho vendendo o peixe<br />
o carinha na caloi<br />
<br />
a senhorinha varrendo a calçada<br />
o barraco fecha<br />
o dono do bar recolhe a última mesa<br />
<br />
a piúba é pisada<br />
os carros na avenida no fim do expediente fazem fila<br />
a chuva para<br />
<br />
tudo se vai<br />
algo sempre ficaAnonymoushttp://www.blogger.com/profile/10186474521119171729noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-375579995948387273.post-57240976694831207412015-09-11T21:37:00.001-03:002015-09-11T21:37:41.335-03:00sentençaao amar uma pessoa<br />
eu costumava me despir<br />
de tudo aquilo<br />
que me pertencia<br />
<br />
atirava os meus aneis<br />
jogava os meus medos<br />
e limpava o lápis borrado<br />
no canto do olho<br />
<br />
hoje em dia<br />
depois de ter amado alguém<br />
com todas as minhas roupas<br />
nunca mais<br />
alguém me viu nuaDenise Medeiroshttp://www.blogger.com/profile/11847001132563600430noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-375579995948387273.post-75939204886647229142015-06-01T22:17:00.000-03:002015-06-01T22:27:58.998-03:00Saudade em XII atosI<br />
<br />
muitas águas passaram<br />
por debaixo dessa ponte<br />
mas até agora<br />
aquele barco<br />
nunca voltou ao porto<br />
<br />
II<br />
<br />
destruiu algumas canetas<br />
amassou alguns papeis<br />
derrubou café na mesa<br />
e quebrou alguns copos<br />
depois vi que era apenas<br />
a minha vida agora<br />
e nada arruma<br />
a bagunça<br />
que essa cachorra faz<br />
<br />
III<br />
<br />
sejam ruas de ouro<br />
ou beira de estrada<br />
você sabe que<br />
uma hora ou outra<br />
vai dar de frente com ela<br />
<br />
IV<br />
<br />
entre cartografias<br />
e linhas do tempo<br />
existe sempre uma coisa<br />
em comum<br />
<br />
V<br />
<br />
abrem-se portas<br />
folheiam-se livros<br />
riscam-se fósforos<br />
mas apenas uma coisa<br />
permanece<br />
imaculadamente<br />
estática<br />
<br />
VI<br />
<br />
seja de barro<br />
ou cimento<br />
de madeira<br />
ou aço<br />
todos os corações<br />
pesam toneladas<br />
<br />
VII<br />
<br />
pouco importa a mesa posta<br />
às cinco<br />
ou a missa do galo<br />
às doze<br />
o meu ritual acontece<br />
pontualmente<br />
desde que coloco os pés<br />
fora do meu cativeiro<br />
<br />
VIII<br />
<br />
sejam trezentos<br />
ou apenas três<br />
o que determina essa medida<br />
não é a matemática<br />
<br />
IX<br />
<br />
sem choro<br />
sem vela<br />
sem água<br />
sem mistura<br />
nem frio<br />
nem quente<br />
esse prato<br />
come-se cru<br />
<br />
X<br />
<br />
dos cachorros<br />
ou brincadeiras<br />
das músicas<br />
ou momentos<br />
a pior de todas<br />
é da brisa leve<br />
que o amor<br />
sopra na janela<br />
<br />
XI<br />
<br />
parece que vão arrancar<br />
os seus olhos<br />
e os seus braços<br />
mas você permanece inteiro<br />
e essa é a pior parte<br />
<br />
XII<br />
<br />
não é o sexo<br />
não é o fruto<br />
não é a linha amarela do metrô<br />
a parte proibida da vida<br />
é aquele rasgo no carpete<br />
feito há anos que ignoramos<br />
mas que sabemos<br />
que está lá<br />
<br />Denise Medeiroshttp://www.blogger.com/profile/11847001132563600430noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-375579995948387273.post-64782151439731317242014-03-23T17:11:00.001-03:002014-03-23T17:11:32.521-03:00Ensaio de um futuroEu como Bukowski<br />
E mordo uma fruta azeda<br />
Me belisco<br />
E arranco o pedaço da boca<br />
<br />
Nada inteira a falta<br />
Ou serve de ácido<br />
Para dissolver a presença da ausência arrancando a beirada da unha<br />
<br />
Então bebo o leite das rosas<br />
E o caule do desassossego<br />
Que enfeitam essas estradas<br />
Largas e íngremes<br />
Que me afastam de você<br />
<br />
<br />
Escrito em 20 de Dezembro de 2013.<br />
<br />
P.s.: só uma atualização enquanto o livro não fica pronto.Denise Medeiroshttp://www.blogger.com/profile/11847001132563600430noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-375579995948387273.post-88025678127246508842013-09-09T15:37:00.002-03:002013-09-09T19:13:24.657-03:00Absorta (parte II)<div class="MsoNoSpacing">
<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif";">Eu te quero assim como o dia transforma-se em
noite<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif";">Suave e devastador.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif";">Nos preencher com o gatilho do desejo e o céu do
mar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif";">Sermos infinitos apesar dos finitos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif";">E dos vazios fazer poesia.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif";">Para que se percorram nossos recantos como rios
e gaivotas<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif";">E me contornes as curvas e evapore minha desordem.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif";">Cozinhar nossa ficção em fogo e brasa<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif";">Com sangue nas mãos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif";">Dançar em teu cemitério de solidões.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif";">Sujar tua roupa com batom e sonhos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif";">E te oferecer minha alma como ostra produzindo
sua pérola.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif";"><o:p>Compensando as rachaduras do teto com sorrisos de fim de sábado. </o:p></span><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: Arial, sans-serif;"> </span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: Arial, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif";">Escrever um manifesto na tua pele de aço:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif";"><i>Que me queiras como fome na madrugada.</i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif";">E adormecer sobre teu peito soturno. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif";">Cantar a tristeza do pertencimento efêmero.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif";">Beber da tua saliva a nossa literatura
ficcional.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif";">E ciciar às paredes estrofes de uma cidade
abandonada.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif";"><o:p>Carregando nos cílios e nos pulsos a fragilidade do <i>nós</i>. </o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif";"><o:p><br /></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif";">Entre teus caminhos: render-me.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif";">Como um suíno desespera o livramento.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif";">Vender meu peixe enquanto quero plantar flores.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif";">Me fazer de piano para teus sentidos levianos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif";">Alimentar minhas pernas fracas com a solidão
dos acordeons.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif";">E me encontrar absorta após todos esses anos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif";">E então perceber que, sem isso, ficaria nua.</span></div>
Denise Medeiroshttp://www.blogger.com/profile/11847001132563600430noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-375579995948387273.post-21516815137076939212013-08-03T01:24:00.001-03:002013-08-03T17:54:46.179-03:00Josefin <div>
<div style="text-align: right;">
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
</div>
</div>
Josefin não tinha mais que dois punhados de vida e já sentia que <i>aquilo</i> teria terminado pra ela.<br />
<div>
As suas fichas todas esgotadas.</div>
<div>
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<i>"Josefin, eu quero beijar a sua pele como se dela saísse mel."</i></div>
<div style="text-align: center;">
<i>"Josefin, eu quero desaguar na sua boca como se dali bebesse seu coração."</i></div>
<div>
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Apesar de todas as suas dúvidas, algo faminto dentro de si ecoava: quando o amor chegar, tudo vai finalmente mudar.</div>
<div>
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<i>"Josefin, esses teus olhos secos serão candeeiros das minhas esquinas."</i></div>
<div style="text-align: center;">
<i>"Josefin, tu não sabe, mas teus lábios são como mapa de um mundo aquém desse mundo." </i></div>
<div style="text-align: center;">
<i>"Josefin, sobre esse teu peito furado eu vou plantar jasmins."</i></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<i style="text-align: start;">- Quando ele chegar, vocês vão ver, isso aqui tudo vai viver. Essas flores marrons e murchas vão florescer. Ele até vai pintar as paredes!</i></div>
<div>
<br /></div>
<div>
<br /></div>
<div>
Entre domingos lânguidos e choros sem vela: nunca. </div>
<div>
<div>
As bainhas são ajustadas.</div>
<div>
A roupa é passada. </div>
<div>
A casa perfumada.</div>
<div>
O amor sempre promete.</div>
</div>
<div>
Ronda, sorrir, faz que vai chegar.</div>
<div>
Não vem.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Encolheu os pés, os ombros e sugou a lua com um olhar de quem não comia há três dias.<br />
<div>
Algo naquela imensidão conversava com ela.</div>
<div>
Vazios(as).</div>
<div>
Então foi só fechar os olhos por segundos que todas elas, na beira do abismo, despencaram.</div>
<div>
E as esperanças silenciosamente se quebravam.</div>
</div>
Denise Medeiroshttp://www.blogger.com/profile/11847001132563600430noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-375579995948387273.post-47397553788073537192013-07-15T00:54:00.000-03:002013-07-21T19:04:29.081-03:00EstigmaAmores suspensos:<br />
a solidez da reminiscência.<br />
<i>Sentimento ilhado.</i><br />
Em sua prática satírica em nos assaltar.<br />
Nos tornando uma bifurcação dentro de nós mesmos.<br />
Entre o que éramos e o que arqueja.<br />
Onde a vida torna-se trechos aleatórios<br />
de todos os romances que não deram certo.<br />
Nada que dê ao menos para formar castelos na areia.<br />
Continuamente algo se encerra - nada começa, nem dura.<br />
<div class="MsoNoSpacing">
Como se estivesse devolvendo sempre o copo vazio à mesa.</div>
<div class="MsoNoSpacing">
É tudo frágil e piscar de olhos.</div>
<div class="MsoNoSpacing">
Onde hoje sou apenas um invólucro de dor.</div>
<div class="MsoNoSpacing">
No fechar das cortinas, </div>
<div class="MsoNoSpacing">
um acordeon chora a violência da vida.</div>
<div class="MsoNoSpacing">
Como se enchesse outro copo</div>
<div class="MsoNoSpacing">
e levantasse para
brindar o que remediado está.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Se os amantes pedem ao menos o direito de amar </div>
<div class="MsoNoSpacing">
sem sentido, </div>
<div class="MsoNoSpacing">
sem regras,</div>
<div class="MsoNoSpacing">
sem limites, </div>
<div class="MsoNoSpacing">
sem termos, </div>
<div class="MsoNoSpacing">
enfim, sem fim,</div>
<div class="MsoNoSpacing">
adoeci tomando do meu próprio mel.</div>
<div class="MsoNoSpacing">
E hoje sou isso:</div>
<div class="MsoNoSpacing">
Esse rosto sem cor, esse corpo sem vida.</div>
Denise Medeiroshttp://www.blogger.com/profile/11847001132563600430noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-375579995948387273.post-44673661597177585262013-04-18T15:48:00.000-03:002013-04-18T15:49:21.938-03:00Inefável<span style="font-family: inherit;">
</span><br />
<div class="MsoNoSpacing" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: inherit;">I<o:p></o:p></span></i></div>
<span style="font-family: inherit;">
</span><br />
<div class="MsoNoSpacing" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: inherit;">Entre as minhas veias<o:p></o:p></span></div>
<span style="font-family: inherit;">
A chuva que cai<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: inherit;">
E a música que ecoa<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: inherit;">
Percorrem átomos<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: inherit;">
Que me interrogam<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: inherit;">
O que<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: inherit;">
Como<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: inherit;">
Sentir tudo <o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: inherit;">
Sem deixar <o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: inherit;">
Escoar nada<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: inherit;">
</span><br />
<div class="MsoNoSpacing" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: inherit;">Eu quero sentir<o:p></o:p></span></div>
<span style="font-family: inherit;">
O mundo nas minhas digitais <o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: inherit;">
E abraçar<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: inherit;">
A lua com a palma da mão </span><br />
<span style="font-family: inherit;">
- e dançar <em>folk</em> como se voássemos<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: inherit;">
</span><br />
<span style="font-family: inherit;">Encostar meus lábios<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: inherit;">
Vibrantes<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: inherit;">
Em cada estrela<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: inherit;">
E sentir o êxtase<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: inherit;">
De cada galáxia<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: inherit;">
</span><br />
<div class="MsoNoSpacing" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: inherit;">Do seu amor eu quero teus olhos<o:p></o:p></span></div>
<span style="font-family: inherit;">
- espelhos da alma<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: inherit;">
Para que entendas que<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: inherit;">
Assim como um violino <o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: inherit;">
Não soa igual ao outro<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: inherit;">
O mistério do toque<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: inherit;">
É o único que vale<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: inherit;">
Gastar<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: inherit;">
Até então, descobrir:<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: inherit;">
Inutilmente <o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: inherit;">
</span><br />
<div class="MsoNoSpacing" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: inherit;">Nenhuma suspeita sustenta-se<o:p></o:p></span></div>
<span style="font-family: inherit;">
Quando uma alma solitária encontra outra<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: inherit;">
Feito dois corações <o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: inherit;">
Em processo de fusão<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: inherit;">
<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: inherit;">A felicidade figura-se<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: inherit;">
Em quem sente muito<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: inherit;">
E nada procura entender<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: inherit;">
<i style="mso-bidi-font-style: normal;">O coração se
pudesse pensar, pararia.</i><o:p> </o:p></span><br />
<span style="font-family: inherit;">
</span><br />
<span style="font-family: inherit;"></span><br />
<span style="font-family: inherit;"></span><br />
<div class="MsoNoSpacing" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<em><span style="font-family: inherit;">II<o:p></o:p></span></em></div>
<span style="font-family: inherit;">
</span><br />
<span style="font-family: inherit;">Teus olhos famintos<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: inherit;">
Querem devorar<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: inherit;">
As coisas erradas<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: inherit;">
</span><br />
<div class="MsoNoSpacing" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: inherit;">O que acontece <o:p></o:p></span></div>
<span style="font-family: inherit;">
Com o coração <o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: inherit;">
Diante de um céu<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: inherit;">
Engarrafado de estrelas?<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: inherit;">
</span><br />
<div class="MsoNoSpacing" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: inherit;">O que me dizes<o:p></o:p></span></div>
<span style="font-family: inherit;">
Dos silêncios<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: inherit;">
Das madrugadas<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: inherit;">
Gastadas<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: inherit;">
Por um corpo <o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: inherit;">
Encostado em outro?<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: inherit;">
</span><br />
<div class="MsoNoSpacing" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: inherit;">Silêncios tecidos<o:p></o:p></span></div>
<span style="font-family: inherit;">
E bebidos<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: inherit;">
Na valsa eterna<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: inherit;">
Dos segredos<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: inherit;">
Silenciados<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: inherit;">
Codificados<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: inherit;">
Indizíveis<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: inherit;">
E incompreensíveis<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: inherit;">
Que nada importa<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: inherit;">
Diante de dois lábios <o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: inherit;">
Em brasas<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: inherit;">
<o:p> </o:p></span><br />
<span style="font-family: inherit;">
O que vivifica</span><br />
<span style="font-family: inherit;">
É o choque<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: inherit;">
A cinética<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: inherit;">
A gravidade<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: inherit;">
Que esse corpo tem<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: inherit;">
Sobre outro<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: inherit;">
</span><br />
<div class="MsoNoSpacing" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: inherit;">O que importa<o:p></o:p></span></div>
<span style="font-family: inherit;">
É sua força<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: inherit;">
Invalidada<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: inherit;">
Diante de outra força<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: inherit;">
Maior</span>Denise Medeiroshttp://www.blogger.com/profile/11847001132563600430noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-375579995948387273.post-61753233987430463062013-03-07T12:46:00.000-03:002013-03-07T12:46:42.234-03:00Cigarro de insensatez<br />
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<i><span style="font-size: 12.0pt;">Des-co-brir</span></i><span style="font-size: 12.0pt;">.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-size: 12.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-size: 12.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-size: 12.0pt;">Por entre a moldura dos
olhos, versos shakespearianos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-size: 12.0pt;">O anoitecer feito de
segredos<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-size: 12.0pt;">E madrugada de submundos –
inexplorados.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-size: 12.0pt;">As outras que não sou.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-size: 12.0pt;">Os muitos que são eu.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-size: 12.0pt;">Uma alma de gaveta.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-size: 12.0pt;">A insídia de ser tua.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-size: 12.0pt;">A cada migalha, meu
abandono.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-size: 12.0pt;">Um labirinto de ânsia<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-size: 12.0pt;">De onde sou a mendiga de
cada esquina.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-size: 12.0pt;">Meus olhos famintos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-size: 12.0pt;">Meu corpo seco.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-size: 12.0pt;">O eco das juras.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-size: 12.0pt;">Minha alma venal.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-size: 12.0pt;">E meu coração farroupilho
derramando sangue.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-size: 12.0pt;">O gosto do fel agridoce.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-size: 12.0pt;">A prece ribombada dos
lábios distantes.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-size: 12.0pt;">O ritual sagrado entre um
corpo e outro.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-size: 12.0pt;">O bolero da criptografia
da pele.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-size: 12.0pt;">O coração sambando nas
cordas de uma guitarra.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-size: 12.0pt;">A lacuna dos não sentidos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-size: 12.0pt;">As cenas do teto.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-size: 12.0pt;">As paixões de rodapé.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-size: 12.0pt;">A nudez entre o carpete
rasgado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-size: 12.0pt;">O atrito dos lábios serão
canções francesas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-size: 12.0pt;">O líquido da urgência
queimando – embriagando-se.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-size: 12.0pt;">As histórias de azulejos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-size: 12.0pt;">Os contornos de uma boca –
minas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-size: 12.0pt;">O frio do corpo
esquentando.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-size: 12.0pt;">A cor púrpura da
pré-morte.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-size: 12.0pt;">As águas de março virando
flores.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-size: 12.0pt;">E os planetas, cenários de
amores.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-size: 12.0pt;">A esquizofrenia da imortalidade
do desejo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-size: 12.0pt;">A inutilidade de algo além
da alma despida.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<i>Para então voltar desenganada<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<i>Como bandido sem salvação.</i><o:p></o:p></div>
Denise Medeiroshttp://www.blogger.com/profile/11847001132563600430noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-375579995948387273.post-51680291412172610822013-01-14T21:04:00.001-03:002013-04-26T19:32:34.317-03:00Creio que o nosso amor jaz*<br />
<div class="MsoNormal">
Construí um lar e uma vida em dois dias.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Não me recitava palavra, porém me elevava em suas mãos
como se fossemos algo legitimamente eterno.
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Me encaixava nos olhos que me roubava cada vez que fugia
para si.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Me imprimia-bordava em si, como se para mim estivéssemos
nos tornando em um só por força estelar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Facilmente seria subjetivada como uma escultura nascida
por, além de só mãos, espasmos; simetria.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Vês que meu rosto tem outra cor? O que permanece depois
de uma esperança perdida.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Eu te injuriaria meu cárcere se de cá eu não pudesse te
oferecer o meu eu como teu objeto-santuário-inviolado-imaculado.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Agora, atada às minhas coisas, e sentidos, e sentimentos,
e angústias, e restos <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Gostaria de ser quem possui o essencial para quebrar a
tua solidão.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Eu queria ser a tua solidão.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Eu queria ser tua. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<o:p>Como se me beijasse as lágrimas que desde então não cansaram de desaguar.</o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Do que um dia foi um coração, vejo essas paredes contando
uma história,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Com tua alma hieroglífica.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Por seus lábios de solidão codificada,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Meu coração batendo em sua boca.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Desconfio que essa raiva seja um amor fortalecido entre
os escombros.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Então viverei para enfeitar o canteiro rebocado desse
amor.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
Enterrei vivo, mas ao invés de morrer, renasceu – e hoje
vive pra sempre.<o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: x-small;"><i>Enquanto isso, na plateia, unicamente, saboreando minhas
ações que sempre lhe eram falhas, você nos mata com mais um gole de cerveja.</i></span><o:p></o:p></div>
</div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: right;">
<i>*jaz:</i></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: right;">
<i>que resta ou repousa. </i></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: right;">
<i>habitar, morar, viver.</i></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: right;">
<br /></div>
Denise Medeiroshttp://www.blogger.com/profile/11847001132563600430noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-375579995948387273.post-31767667848411391582012-12-10T13:10:00.000-03:002012-12-10T13:10:14.703-03:00Consagrada<br />
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Meu coração na bandeja de
pedra do seu. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Minha boca maciça desaguando
no oco da tua convicção.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Minha vontade sólida, vívida,
densa, dilatada, afoita... Ocultando meus limites.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Pele melânica eriçada pela
sonoridade da tua risada no vento.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Procuro as chaves do teu
segredo, e na busca é você que me abre todos os cadeados e armadilhas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-family: inherit;">Meu ínfimo seu. Teu olhar apático. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Tato que desdenha minha
certeza de sim e não, existindo somente um certo que é órfão de razão.</span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">São juízo que torna-se
delituoso ao imaginar o tapete da sala feito por dois corpos em um.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Subornada pelo que parece e
sei que não é, <i>mas deixa eu fingir e rir</i>...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Culpada por mim mesma de ser réu
confesso, despida diante de suas artimanhas que são como manjar posto sobre a
mesa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Peguei aquelas flores murchas
e cartas velhas e me enfeitei do que você não me dá.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Dancei com o vento da varanda
e acenei para o horizonte, moldura que me expõe que mesmo de longe, sou tua.
Que mesmo de mentira, enfeites, desenhos e poesias, não és meu.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Então entrei e fechei as
portas - mesmo sabendo que te entreguei a chave e que pode entrar sem avisar.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
Denise Medeiroshttp://www.blogger.com/profile/11847001132563600430noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-375579995948387273.post-91342783173165336272012-11-18T12:30:00.000-03:002012-11-18T12:34:37.406-03:00Em verbo de alma e vontade.<br />
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Sem totalidade, a minha vontade é multiplicada aos
extremos fortes e incontroláveis. De exatidões, só a minha boca pedindo para
louvar teu corpo que é oceano de sertão. Me habitaria nos teus olhos e desaguaria meu coração em tuas mãos de correnteza, e ao pé do porto veria a
partida da sensatez. Combustível em zona perigosa de fogo e brasa.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Anteontem não era. Ontem foi, para continuar sendo como
sempre: incerto, inquieto, incompleto. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Sensibilidade na ponta dos dedos e chumbo nas veias que
dilatam e arquejam como lobo em êxtase em lua cheia. Arranhar as paredes
enquanto a espera é quem existe.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
De ofuscar, desvirtuar, solver – em teu peito em torres
que me levam ao infindo. Teu jeito duro
como testemunha de que sou tua em entradas, partidas, inteiros, meios. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Mergulhar no concreto das tuas sobras, na ponta dos pés
para alcançar tuas montanhas muradas e guardadas. Em sentinelas, escudos e
espinhos. Querer ser quem guia e quem guarda.<o:p></o:p></div>
Denise Medeiroshttp://www.blogger.com/profile/11847001132563600430noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-375579995948387273.post-7224947018324448272012-10-26T22:03:00.002-03:002012-10-26T22:20:51.391-03:00De você a mim<br />
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: inherit;">De
imensidões e dimensões. De vida e idas. Dos riscos e rabiscos. Do tremer ao
tremor. Da dor e ardor. Dos caminhos e ninhos. Dos embaraços e braços. Dos
vazios e rios. Das linhas e sub-entre-linhas. De margem e rodapé. De nua à
nuca. De dedos e música. De unhas e poros. De ter e perder. De alvo à seta. Do
início ao infinito. Do ferir ao prosseguir. Do tecer ao <i>amor</i>tecer. Do tragar ao enlouquecer. De dentro ao <i>pro</i>fundo. Do olhar ao ensurdecer. De
ingenuidade ao querer. Das digitais e boca. Do tato e/ao sentido. De êxtase ao
instante. Do azedo ao veludo. Do opulento às curvas. Da abreviação ao
transbordar. Do revirado ao explorado. Do abstrato ao acariciado. Do beco ao
afeto. Do abrasar ao abismo. De bússola à galáxias. </span></span></blockquote>
Denise Medeiroshttp://www.blogger.com/profile/11847001132563600430noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-375579995948387273.post-10140893107643448352012-10-12T10:29:00.000-03:002012-10-12T11:19:09.735-03:00Prefácio do ante prefácio<div style="text-align: justify;">
Eu posso estender uma toalha xadrez na grama, sob um céu estrelado que nos desenhe, que nos cubra, que nos escreva nesse mesmo céu para que sejamos sagrados, eternos...</div>
<div style="text-align: justify;">
Sorrindo grande, você levantaria e me convidaria para uma dança sob(<i>re)</i> aquela galáxia. Me aninharia entre suas mãos e me beijaria devagar, como se cada beijo fosse uma estrela de uma galáxia <i>só</i> nossa.</div>
<div style="text-align: justify;">
Te amar no estreito - ou de abismo- e no espaço de anos infinitos. De músicas, sorrisos, abraços, beijo, pele e poesia. Em eco, em êxtase <i>e/ou</i> outros idiomas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="text-align: -webkit-auto;">Não de sonho, mas de verdade, te digo que coleciono entre gavetas todas as coisas bonitas que eu quero te mostrar - nada poupado nem minguado.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
À noite, te escreveria na pele meus beijos e meu amor. Delinearia o seu oculto com a minha profundidade - de âmago largo . Pontilharia tuas costas largas e esqueceria minha boca ao pé da tua, para que elas falassem sem que percebamos. Eu sei que lá fora o sol nasceria pra que mais um dia a gente pudesse nos escrever. De versos e peito dolorido de tanta ânsia de amar. E então, de dia, dançaríamos Ao Toque Dela.</div>
<div style="text-align: justify;">
Eu sei que se nos olharmos, ainda que parados, algumas notas balancem no ar. E mais: sei que se nos tocarmos, algumas faíscas possam ser suficientes para queimar.</div>
Eu perco o fôlego só de pensar. Talvez você possa perder o medo de tentar.<br />
<br />
<br />
<span style="text-align: justify;"><i><span style="font-size: x-small;">A gente tem cheiro de Marcelo Camelo, Cícero, Los Hermanos e toda essa gente que espalha amor. Somos amor? Quase não nos falamos e nunca nos vimos, mas, somos amor? Eu posso converter tudo para que se transforme em sim - ou nós.</span></i></span>Denise Medeiroshttp://www.blogger.com/profile/11847001132563600430noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-375579995948387273.post-82145055354690282532012-07-22T14:21:00.001-03:002012-07-22T14:28:15.674-03:00Absorta<div style="text-align: right;">
<span style="color: #333333; font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: 14px; line-height: 18px;"><br /></span></span></div>
No escuro e na memória, traço seu corpo.<br />
Invento novas palavras.<br />
Apago umas.<br />
Escrevo outras.<br />
Recito um poema.<br />
Um soneto.<br />
E uma rima.<br />
<br />
Leia <i>Vinicius</i> em meus olhos<br />
<a href="http://www.releituras.com/viniciusm_fidelidade.asp" target="_blank">"... mas que seja infinito enquanto dure."</a><br />
Sinta o gosto do meu amor na ponta da minha língua<br />
E em cada poro do meu corpo.<br />
<br />
Peça minha mão outra vez<br />
E depressa me puxe rente a teu corpo quente.<br />
E nos desenhem em círculos pela casa enquanto Dylan sussurra.<br />
<br />
Eu quero amanhecer dançando todas as músicas que escolhi como nossas<br />
Enquanto, em intervalos, beija minha nuca sem pressa<br />
Fazendo minha pele arrepiar<br />
Meu coração desmanchar<br />
E minha cabeça arrebatar-se.<br />
<br />
Debruce-me sobre teu corpo, como filme.<br />
Enfraqueça minhas pernas e sanidade com um olhar.<br />
E escureça minha visão com um beijo venenoso.<br />
<br />
Me deixe sem sentido<br />
E sem palavras<br />
Te amando no inconsciente<br />
E no indecifrável.<br />
<br />
Deixe-me ser a Carmelita que você sempre quis e nunca fui<br />
Por medo.<br />
Deixe-me dizer que fomos amor dos dois lados e de todo jeito<br />
Sem implicâncias<br />
Suposições<br />
Ou precipitações.Denise Medeiroshttp://www.blogger.com/profile/11847001132563600430noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-375579995948387273.post-58937129202278888412012-07-22T13:17:00.002-03:002012-07-22T22:43:13.495-03:00Outro antes do fimHoje é domingo, veja que ironia.<br />
Te mato com promessas curtas<br />
E em seguida te vivo pelo resto do dia.<br />
<br />
Encaro os fatos.<br />
Com licença, mas outra vez vou falar de você.<br />
Se não foi meu de um jeito, vai ser de outro.<br />
Mesmo que só nessas linhas e/ou na impossibilidade<br />
<br />
Sentimentos ignorados. Talvez.<br />
Uma paixão descabida, infantil, insana, verdadeira, forte. Com certeza.<br />
Algumas rimas e poemas no play. E no corpo.<br />
Em mim cantam e rabiscam até hoje.<br />
O corpo e a alma.<br />
<br />
Observo a marca de batom vermelho na xícara de café.<br />
Você provavelmente faria poesia com isso.<br />
Ou está nos braços dela enquanto ouço músicas ordinárias.<br />
E arrisco outro palpite: você nunca deixou de ser dela todo esse tempo.<br />
<br />
Não quero saber de você.<br />
Nem antes, nem durante, nem agora, nem depois.<br />
Melhor assim. <i>Será?</i><br />
Você borrando meus dias e desmanchando meu sorriso de longe.<br />
<br />
Um dia, quem sabe, a gente se encontra.<br />
Um coração para.<br />
Os olhares se cruzam.<br />
O outro faz como sempre:<br />
indiferença.<br />
<br />
Despedem-se apenas com um olhar distante e silencioso<br />
e vão.<br />
Como coisa que não amanheceu com um novo ano, pra um.<br />
Como um amor tão vivo e eterno, pra outro.<br />
<br />
Mas como acontecimento natural, vai sarar.<br />
Como saldo total, algumas cicatrizes expostas e fundas.<br />
Vitalícias.<br />
<br />
Junto poesia nas entranhas, veias e articulações.<br />
<span style="background-color: white;">As palavras me/se confundem.</span><br />
Mas agora não, tá quase, falta pouco, mas ainda não.<br />
Você (me) insiste.<br />
Lateja.<br />
Treme.<br />
Asfixia.<br />
Enlouquece.<br />
Para.<br />
Volta.<br />
<br />
<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<i>Insira aqui todas as músicas, todos os textos, todas as frases e coisas que insistem em parecer com você e rabisco por aí.</i></div>
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />Denise Medeiroshttp://www.blogger.com/profile/11847001132563600430noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-375579995948387273.post-68229250552107015582012-04-30T12:15:00.000-03:002012-04-30T14:59:45.325-03:00"Por que é que você veio me perder?"<h2>
</h2>
<h3>
</h3>
<h4>
</h4>
<h2>
<div style="text-align: right;">
<span style="font-style: italic; font-weight: normal;"><span style="font-size: small;">E já nem sei o que vai ser de mim.. </span></span></div>
<span style="font-size: small;"><span style="font-style: italic; font-weight: normal;"><div style="text-align: right;">
Tudo me diz que amar será meu fim.</div>
</span><span style="font-style: italic; font-weight: normal;"><div style="text-align: right;">
Vinicius de Moraes</div>
</span></span></h2>
<div style="text-align: justify;">
Desgraçou-se no mar das coisas bobas e ilusórias. Navegou por incertezas. Boiou sobre as loucuras. Suspirava por lembrar. Suspirava por não poder ter. Suspirava por suspirar. Quis correr e fugir daquilo tudo e no mesmo instante quis permanecer no mesmo lugar. Amava-o sem querer, sem saber e sem poder. De um modo nunca acreditado. Daquele amor que arrepia até os ossos. Capaz de largar coisas sólidas para agarrar-se em seu abraço. Chorava por não tê-lo por perto. E sorria por ele existir apenas. Jurava poemas e recitava um nome só. Cada canção soava com tanta ênfase que quiçá poderia curar uma vida. <i>A dela, se houvesse razão para querer livrar-se dessa penúria. </i>Queria mesmo sem ter sentido. Queria-o mesmo sem ele querer. Queria mesmo que fosse só por um instante. Chegou a pintar outro alguém. Mesmo sorriso, mesma cor, mesma voz. <i>Inútil! </i>Não pensava em querer outro nesse mundo tão grande. Podia acreditar que parte de sua razão fora comida. Era a única explicação por vezes agir com tanta estupidez impulsiva. O perigo tornou-se irrelevante. Até o ódio efêmero era amor. <i>Não era possível aquilo ser real! </i></div>
<div style="text-align: justify;">
De um ponto o belo, o bom, o coração flutuando. De outro, a desgraça, a incerteza e a cabeça pirando. Em um minuto quer esquecer, e nos outros para sempre lembrar. A linha tênue entre tremer de saudade ou necessidade de esquecer. Brincava de ser tudo aquilo que ele queria, mesmo sabendo que ela nunca alcançaria tal feito. Amava-o na alegria e na tristeza, na saúde ou na doença sem precisar de juramento. Não media as palavras que por vezes eram tolas e repetitivas, como essas. Só continuava a estender amor por onde estivesse. Por ele e só. </div>
<div style="text-align: justify;">
Sabia mais do que ninguém que estava desgraçada, porque nenhuma outra pessoa podia ver a loucura que existia por dentro. Sabia que era tolice das maiores, mas sabia até onde ia sua força. E esquecer de alguém assim necessitava de uma força que ela não possuía. Era uma fraqueza doentia. Uma úlcera, um veneno. <i>O vento levaria ou disfarçaria? O tempo curaria ou perpetuaria? </i></div>
<div style="text-align: justify;">
Da esperança mais descabida, acreditava que mais dia menos dia, ele apareceria vestido de arrependimento por não tê-la amado e juraria amor eterno.</div>
<br />
O amor próprio, de cantinho, esquecido e submerso, ecoava:<br />
<i>- Coitada! Pobre coração tolo e frágil. Não há o que fazer. Está desgraçada. Apaixonou-se!</i><br />
<br />
<div style="text-align: right;">
<span style="font-size: x-small;">Era uma tristeza. Tanto amor e não ser consumado.</span>
</div>Denise Medeiroshttp://www.blogger.com/profile/11847001132563600430noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-375579995948387273.post-49688891058964874832012-04-24T14:27:00.001-03:002012-04-24T14:28:27.492-03:00Crepúsculo de um beijo<div style="text-align: justify;">
<blockquote class="tr_bq">
<blockquote class="tr_bq">
Ele me puxou pra perto e me aninhou em seus braços. Eu poderia morrer ali. Sua mão confundiu-se com meus cabelos e encaixou-se em minha nuca. Então nossos olhos recitaram poesia e nossos corações estavam tão juntos que quase tornou-se em um só. Nossos lábios prefaciaram com uma intensidade de derreter a alma, e se estenderam em uma sucessão de coisas indizíveis e sobrenaturais. Por instantes, nos desfalecemos e voltamos à vida. No fim, nossa respiração era tão forte e nossos corações tão pesados que nem as palavras conseguiram nos encontrar. Às vezes as palavras flutuam, para escreverem histórias no ar e depois se espalharem por aí. </blockquote>
</blockquote>
</div>
<div style="text-align: center;">
O céu era de um azul incomum e o horizonte se misturava com fogo, paixão e sol escorrido.</div>
<br />
<div style="text-align: right;">
<i>Anoiteceu.</i></div>Denise Medeiroshttp://www.blogger.com/profile/11847001132563600430noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-375579995948387273.post-24430920013788175262012-04-24T12:50:00.002-03:002012-04-24T12:50:54.945-03:00"Não sei se ainda te esqueço de fato."<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: right;">
<span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: xx-small;"><i>Bob Dylan - If You See Her, Say Hello Lyrics</i></span></span></div>
<br />
<br />
Emoldurei as verdades que me estavam expostas e constatei: eu ainda vou
te lembrar muito até conseguir começar a te esquecer. Eu ando te escrevendo poemas ordinários de tão descabidos e verdadeiros que são. Ainda ouço seu sorriso entre beijos quando eu falava alguma coisa engraçada. Seu afago
quando estávamos em silêncio e dos teus olhos pousando sobre mim por
eternos cinco segundos. <i>Eu quis me afogar neles.</i> Tem noites que meu coração desfalece querendo
tudo isso de novo. E tem dias que eu acordo implorando aos céus por um
esquecimento súbito. Eu te amo, te
amei e vou té amar até não sei quando. Mesmo não querendo. Mesmo tudo isso sendo uma tortura, você vai durar mais que um reveillón ou um show dos Hermanos naquela televisão velha. Você vai insistar ficar até eu não perceber mais e vai sair em pequenas porções. Vai permanecer como se fosse foto, só pra quando eu quiser, revirar algumas lembranças e te encontrar ali, com um sorriso manchado ou um aceno distante. Eu tenho tentado muito não te ver na música daquela banda de nome engraçado, que consigo te encontrar facilmente em cada nota, letra e refrão. <i>Eu vou lhe confessar: eu não sei dizer adeus.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
E cá estou, numa noite fria, te escrevendo e sentindo sua presença como se tudo tivesse acontecido ontem. Como se outro alguém não tivesse me beijado, porque os seus beijos ainda continuam delineados em minha pele. Como se amanhã eu fosse te ver e te levasse jujubas para escutar você me dizendo <i>"Você me trouxe jujubas! Como sabia que eu gostava?"</i> Não sabia. Como muita coisa que eu ainda continuo sem saber sobre você. </div>
<div style="text-align: justify;">
Do contrário, você sabe. Sabe que apesar de toda essa acidez, eu te gosto um bocado e tanto e muito. <i>Ainda.</i> Talvez do mesmo jeito ou mais, não sei ao certo. Mas não posso me negar a realidade. É o que sou, é o que te sobrou.</div>
<div style="text-align: justify;">
Como sempre eu fico querendo atropelar seu silêncio, querendo saber se eu vali mais do que aquela noite com pizza de supermercado. Como se isso fosse cicatrizar ou resolver alguma coisa. Mas você é meu veneno, não minha cura...</div>
<div style="text-align: justify;">
E encerro isso sem um final certo e sem sentido, como nós. Sem legenda ou beijo de despedida.</div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<i>"Mas tem o gosto da ausência, que ficou em tudo que não foi."</i></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: right;">
<span style="font-size: xx-small;"><b>Escrito em Março</b></span></div>
<div style="text-align: right;">
<span style="font-size: xx-small;"><b>para meu outro coração.</b></span></div>
<br />Denise Medeiroshttp://www.blogger.com/profile/11847001132563600430noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-375579995948387273.post-65408281160537326352012-03-14T15:09:00.002-03:002012-03-14T15:25:12.957-03:00Quatorze de Março.*<div style="text-align: center;">Porque poesia, menina, não são só versos bem criados.</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Poesia é o aroma do café pronto, as gotas residentes depois da chuva, é o sorriso de quem quer que seja - porque sorriso não tem dono, tem cor. Poesia. Da cor de uma calmaria no meio de um dia tempestuoso; de um abraço dado de longe. </div><div style="text-align: justify;">Poesia é o som de um bem chegando e como nosso coração bate perto deste. É sonhar, não porque é bonito. Não só por isso. Mas também porque é bom tentar conter o riso quando o sonho é alcançado. É a palavra bem dada a ponto de tornar a lágrima de tristeza em alívio. A sinfonia que toca enquanto caminhamos de mãos dadas com alguém realmente especial. É saber que apesar de toda podridão e feiúra dessa vida, existe Alguém Maior pra nos ninar. O bip de um simples torpedo de bom dia que faz aquele tracinho no canto da boca.</div>Das incontáveis coisas que se tornam mais vivas, calmas e bonitas, quando a gente acorda disposto a ver poesia até mesmo onde não tem.<br />
<div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;">Porque poesia, menina, não são só versos bem criados. É também amor.<br />
<br />
<br />
<div style="text-align: right;"> <span style="font-size: x-small;">* Dia da Poesia,</span></div><div style="text-align: right;"><span style="font-size: x-small;">pra quem não sabe.</span></div></div>Denise Medeiroshttp://www.blogger.com/profile/11847001132563600430noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-375579995948387273.post-31845709386244177342012-02-28T16:02:00.000-03:002012-02-28T16:02:38.313-03:00"Com quantos suspiros se escreve a palavra saudade?"<div style="text-align: right;"><i style="color: #333333; font-family: HelveticaNeue, 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; line-height: 18px; text-align: -webkit-auto;"><span style="background-color: #eeeeee; font-size: xx-small;">"Esqueci de tentar te esquecer. </span></i></div><div style="text-align: right;"><i style="color: #333333; font-family: HelveticaNeue, 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; line-height: 18px; text-align: -webkit-auto;"><span style="background-color: #eeeeee; font-size: xx-small;">Resolvi te querer por querer. </span></i></div><div style="text-align: right;"><span style="background-color: #eeeeee; color: #333333; font-family: HelveticaNeue, 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; line-height: 18px; text-align: -webkit-auto;"><i><span style="font-size: xx-small;">Decidi te lembrar quantas vezes eu tenha vontade, </span></i></span></div><div style="text-align: right;"><span style="background-color: #eeeeee; color: #333333; font-family: HelveticaNeue, 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; line-height: 18px; text-align: -webkit-auto;"><i><span style="font-size: xx-small;">sem nada perder."</span></i></span> </div><div style="text-align: right;"><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: HelveticaNeue, 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; line-height: 18px; text-align: -webkit-auto;"><span style="font-size: x-small;"><i><br />
</i></span></span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">É certo que passei a odiar ainda mais a distância depois que te conheci. E então você sorriu e eu quis pedir carona pra ir com você e ficar pra sempre com/no seu coração. Colhi esse teu olhar manso e feliz e lotei meus bolsos de. Daí eu fui enchendo, enchendo, enchendo e quando percebi já estava longe demais para voltar. Te quis desde aquele momento que sentei naquela rodinha de pessoas desconhecidas. Te quis pra sempre e perto. Quis descobrir tudo o que eu já sabia. Que era bem aquilo que eu tinha certeza ser. Com voz calma e risada que me fez derreter a alma. De gestos suaves e despretensiosos. Da cor-de-café-fraco-e-doce. Nunca tive tanto de alguém mesmo tendo tão pouco. É que contigo eu vou me apegando aos detalhes. Vou formando historinhas sem pé. Criando rimas. Escrevendo todas as linhas que vier. 'Cê fica indo e vindo, me fazendo toda vez um bocado feliz. Coisa pequena. Porém forte. E bem verdadeiro. Sorrindo como sempre e retribuindo minhas confissões de saudade. Ontem mesmo fui dormir me proibindo de pensar em você. Mas aí eu adormeci. Subi num ônibus qualquer e fui até aí, te cobrar umas coisas que você ficou me devendo. Ou que eu insisto em te dar de graça. Ou que os nossos sorrisos, quando se viram uma única vez, pediram pra acontecer - eu prefiro descrever assim. Então acordei e fiquei com tua presença tão forte que vim me desmanchar por aqui. Mas 'tá complicado, viu? Quanto mais encho linhas, mais cheia de você eu fico. É tão fácil fechar os olhos e sonhar com você. É bobagem, eu sei. Tenho você por um curto espaço de tempo e insisto em te querer, como se fosse coisa que se pode ter. Mas querer é verbo que não precisa de muita coisa pra acontecer. </div><div style="text-align: justify;">E mesmo de longe, guardo coisas e não são só seus sorrisos. E quando percebo já tenho uma coleção de coisas, horas e afetos. Tenho tudo embrulhado com esperança. Não sei se é seguro, mas dizem que é a última que morre. E agora, depois de meses sem te escrever, retorno. Dessa vez sem terceira pessoa, mas com tudo aqui, como da última vez. Afeto de sempre, carinho de sempre e esperança de sempre e a mais presente e mais forte: a saudade.</div><div style="text-align: justify;">Finalizo esse, sem finalizar aqui, porque de certo continuarei enfeitando sua imagem, com sorriso e nostalgia, enquanto ela insiste em permanecer comigo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: right;">Para B.</div>Denise Medeiroshttp://www.blogger.com/profile/11847001132563600430noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-375579995948387273.post-20015061715149241622012-01-25T12:57:00.001-03:002012-01-29T10:45:27.738-03:00<div style="text-align: justify;">Eu tenho medo de mim. Um medo absurdo de mim. De todas essas loucuras que penso, de todas essas coisas que sinto e de toda essa vontade que tenho. Estou sempre querendo algo inalcançável, distante, difícil. Pensando coisas inadequadas e sem esperança. Querendo sempre o perto mais longe e o longe mais perto. Se eu disser que sei o que quero, diga-me: mentirosa. </div><div style="text-align: justify;">Tenho medo também desse vazio que só vai ficando mais cheio e mais doloroso. Ando querendo encher o copo com ar. Não sei mais de mim. Nunca soube, aliás. Hoje, então, as interrogações aparecem em molduras. E descobri que elas fazer doer. E corroer. </div><div style="text-align: justify;">E o meu sorriso, que diziam ser o mais bonito, perdeu a cor. E o brilho. E o sentido. E a vontade. Deixei no automático e esqueci de mudar. E os dias tem passado sem efeito, porém cheios. Mesmo que de rotina, cheios. Também de dores minúsculas, sonhos rasgados e vontades esquecidas. Com muito preguiça e lágrimas também. Daquelas que não regam e/ou limpam nada, só deixam ainda mais seco, sujo e pesado. </div><div style="text-align: justify;">Não 'tô enxergando sol nenhum atrás da montanha, bonança nenhuma depois da tempestade, riso nenhum depois de todo esse pranto. Me esforço, até levanto os pés e ergo um pouco o pescoço, mas não enxergo. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: right;"><span style="font-size: x-small;">Escrito em 05.12.11</span></div>Denise Medeiroshttp://www.blogger.com/profile/11847001132563600430noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-375579995948387273.post-42211944730142281722012-01-05T21:05:00.001-03:002012-01-05T21:07:00.368-03:00De um quase poema<div style="text-align: center;"><span style="font-family: inherit;">Te olhei de mil maneiras e amores, e você em troca me pediste que fosse. </span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: inherit;">Palpita aqui como se tivesse sido ontem e como se nunca fosse deixar de te amar. </span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: inherit;">Eu te amei menino, e como. Não tenha dúvidas. </span><br />
<span style="font-family: inherit;">E devo dizer que ainda te amo, não tenha dúvidas. </span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: inherit;">Se achas melhor assim, te esquecerei. Mas se tu me pedisse, não pensaria sequer, voltaria a ser tua mulher. Com meus sorrisos apaixonados e meu coração pesado de amor. </span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: inherit;">Te diria, eu sabia, sempre foi seu e será o meu amor.</span></div>Denise Medeiroshttp://www.blogger.com/profile/11847001132563600430noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-375579995948387273.post-8526434164571019762011-12-14T13:24:00.006-03:002012-01-02T17:58:19.765-03:00"Café sem açúcar, dança sem par."<div><br />
</div><div><br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjiSOpNMC8iE9g5m_tRD_AG5c3QDhO58iuin4XNnZ2vd8HuY1YqZOtu5h_bUYz9CKxI71WgGgGrM9XYFKopl6ZjE0__goLz8U1YgLlmF8f8y0mOL5ijSV0YHSZmwv6Q3yWOeSbAYll8AbD2/s1600/tumblr_ls76t5fPuI1qcb76fo1_500_large.jpg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5686031067245292002" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjiSOpNMC8iE9g5m_tRD_AG5c3QDhO58iuin4XNnZ2vd8HuY1YqZOtu5h_bUYz9CKxI71WgGgGrM9XYFKopl6ZjE0__goLz8U1YgLlmF8f8y0mOL5ijSV0YHSZmwv6Q3yWOeSbAYll8AbD2/s320/tumblr_ls76t5fPuI1qcb76fo1_500_large.jpg" style="cursor: pointer; display: block; height: 320px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 314px;" /></a><br />
<div style="text-align: justify;">Eu ainda tinha seu gosto na boca. Depois de muito tentar, levantei. Me atrevi a olhar no espelho. Ele me denunciava olhos inchados e maquiagem borrada. Procurei o rastro dos seus beijos em meu pescoço e os encontrei na memória. Fui corajosa o bastante para colocar a música que considero nossa. Em seguida, a coragem escorreu com as lágrimas. Cada notinha era você e aquela noite boa. </div><div style="text-align: justify;">Devolvi meu olhar ao espelho e senti cada toque seu ainda, como gotas de chuva forte. Fitei a parede que me revelou coisas feito filme. Vez que meu coração parava enquanto você me olhava por eternos cinco segundos e depois me abraçava, ou fazia um carinho, ou permanecia como sempre: em silêncio. Ficou feito carimbo e 'tá demorando pra largar. Não saiu no banho, nem com o novo dia, nem com o sorriso bonito de outro alguém. </div><div style="text-align: justify;">Ando recitando<i> Vinicius </i>e tentando pegar o que faça parar. De doer, de sentir, de lembrar. É isso. Eu te amei demasiadamente sem motivos ou espaço. Mas éramos feito branco e preto. Ou transparente eu, e você incolor. Eu sempre dizendo e contando e falando e sonhando e amando e você como sempre eu digo que é e sabe bem. </div><div style="text-align: justify;">Não me disse palavras enfeitadas nem me fez juras, mas cada segundo junto foi pior. Meus olhos viram e meu coração guardou tudo. E foi tanto. Mesmo que de mentira. </div><div style="text-align: justify;">Já não peço pra acontecer nada, porque não anseio mais isso. Verdade. Já foi mistério, já foi bom, já foi muito bom e agora é o que sempre vem depois disso: o fim. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: center;">E hoje eu te quero de longe, mesmo você ainda estando tão perto.</div></div>Denise Medeiroshttp://www.blogger.com/profile/11847001132563600430noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-375579995948387273.post-26960906131284949272011-11-02T20:18:00.005-03:002011-11-05T02:08:33.378-03:00ManuscritoQuerido <i>C.</i>,<div><br /></div><div style="text-align: justify;">Eu já perdi a conta de quantas vezes comecei algo pra você. Tentei usar todas essas coisas que sinto de um jeito estranho e forte com as mais belas palavras acompanhadas de poesia, mas não saiu nada que escrevesse tudo aquilo que é verdade aqui. Tudo o que seu olhar e esse teu jeito sacana, indiferente e alheio me causa. Pode acreditar, não é pouco. </div><div style="text-align: justify;">Quantas vezes eu quis gritar "Que é que você tem, rapaz? Que é que você tem que me deixa assim?". Parece que você quer permanecer aqui dentro, quieto, fazendo com que tudo se revire quando vejo algo relacionado à você.</div><div style="text-align: justify;">Te olho e só consigo te ver como um enigmático do tipo que esconde sentimentos. <i>"Se é que eles existem"</i>, como muitas vezes já pensei. Devo desculpar-me, mas é o pouco que consigo de você.</div><div style="text-align: justify;">Do que você tem medo?</div><div style="text-align: justify;">De você não sei mais do que, com medo, perguntei. O muro diante de você me impede de te ter mais. Eu queria tanto isso. Mais. Você.</div><div style="text-align: justify;">Sei que você não é para mim e com mais certeza ainda, sei que não sou para você. Seria algo como água e óleo. Mas a gente poderia tentar, se você quisesse. Mas que ilusão. É claro que não. </div><div style="text-align: justify;">Moço, fica sabendo: não tem uma vez sequer que eu te veja e meus braços não peçam desesperadamente os seus. </div><div>E saiba de mais: te quero muito e bem.</div><div> Com carinho,</div><div style="text-align: right;"><i>P.</i></div>Denise Medeiroshttp://www.blogger.com/profile/11847001132563600430noreply@blogger.com3