Des-co-brir.
Por entre a moldura dos
olhos, versos shakespearianos.
O anoitecer feito de
segredos
E madrugada de submundos –
inexplorados.
As outras que não sou.
Os muitos que são eu.
Uma alma de gaveta.
A insídia de ser tua.
A cada migalha, meu
abandono.
Um labirinto de ânsia
De onde sou a mendiga de
cada esquina.
Meus olhos famintos.
Meu corpo seco.
O eco das juras.
Minha alma venal.
E meu coração farroupilho
derramando sangue.
O gosto do fel agridoce.
A prece ribombada dos
lábios distantes.
O ritual sagrado entre um
corpo e outro.
O bolero da criptografia
da pele.
O coração sambando nas
cordas de uma guitarra.
A lacuna dos não sentidos.
As cenas do teto.
As paixões de rodapé.
A nudez entre o carpete
rasgado.
O atrito dos lábios serão
canções francesas.
O líquido da urgência
queimando – embriagando-se.
As histórias de azulejos.
Os contornos de uma boca –
minas.
O frio do corpo
esquentando.
A cor púrpura da
pré-morte.
As águas de março virando
flores.
E os planetas, cenários de
amores.
A esquizofrenia da imortalidade
do desejo.
A inutilidade de algo além
da alma despida.
Para então voltar desenganada
Como bandido sem salvação.
2 comentários:
Muito bom! Tinha tempo que não lia algo seu, não imaginei que estaria perdendo tanto. Parabéns pela postagem.
Realmente gosto da forma que escreves.... Bom vir aqui.
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