23 de agosto de 2011

Pensamento sem razão


22 de Outubro de 1998.
(Mal)(Ben)dito dia em que te conheci.
Enquanto não resolvo o que usar, vou ficando assim. Meio boba, meio apaixonada, meio sufocada.
Lembro de teus olhos pesando em mim e do teu sorriso que pousava em meus lábios. Eu pude sentir, mesmo estando distantes.
Lembro que você já não é sozinho, que já tem com quem fazer par.
Maldito. Bendito. Talvez agora dê para compreender.
Lembro ter meus olhos incertos e inquietos, procurando por um lugar em que pudesse fixar, mas eles teimavam querer você.
Sempre quis saber se pisar no meu pé, em seguida, estava em seus planos. Se não estava, parece que tudo contribuiu para que fosse como foi.
Mais tarde soube teu nome e onde morava. Mais uma vez a distância mostrava seu sorriso amarelo para mim.
Sorriso fácil. Eu mais fácil ainda implorei aos céus praquilo parar ali. Sorriu de novo. Eu de repente percebi onde estava.
Tem dias que tem você até na xícara de café e a ilusão sempre vem, feliz, cantar para mim, enquanto olho fotos e relembro as dúzias de palavras bonitas que você me falou. Tenho lugar para cada uma dela.
Tem um lugar só teu aqui, quer dizer.
Se faltar algo para você, ouso dizer que posso ser tudo aquilo que um dia eu guardei para alguém que eu sabia ser você.
Que se você disser que vem para mim, te busco estrelas e colho flores para enfeitar o dia e o nosso caminho.
Abri a porta e recolhi as palavras.
Segurei-as e respirei e inspirei.
Senti o coração pulsar e cambalear.
Não posso usar essas palavras porque sei que elas não terão efeito nenhum. Você é meu somente na ilusão. Verdadeiramente você é dela e talvez esteja destinado a sempre ser.
Eu vou segurá-las e prometo-me gritá-las longe de você. Melhor.
Deixarei na porta entre-aberta um bilhete para que recorde-se de mim quando por ela passar.
"Te jurei carinho eterno. Em silêncio."
Pode ser tolo, ingênuo e tantas outras coisas parecidas, mas da primeira vez que vi seu sorriso, vi sua boca pronunciar esperança que ainda não calou para mim.

Um comentário:

Minne disse...

Izzie, também gosto do teu jeito de escrever e tenho de dizer que me vi nessas tuas palavras, palavras doces por sinal,parece que escolhe as melhores e transmite nelas o que bem entender, me transmite leveza. Eu tenho tantos na ilusão, coleciono amores ilusórios, diga-se de passagem, e às vezes sinto que não tenho nenhum, talvez amor seja assim mesmo, pra deixar livre, mesmo que não nos deixe feliz essa circunstância.