28 de fevereiro de 2012

"Com quantos suspiros se escreve a palavra saudade?"

"Esqueci de tentar te esquecer. 
Resolvi te querer por querer. 
Decidi te lembrar quantas vezes eu tenha vontade, 
sem nada perder."


É certo que passei a odiar ainda mais a distância depois que te conheci. E então você sorriu e eu quis pedir carona pra ir com você e ficar pra sempre com/no seu coração. Colhi esse teu olhar manso e feliz e lotei meus bolsos de. Daí eu fui enchendo, enchendo, enchendo e quando percebi já estava longe demais para voltar. Te quis desde aquele momento que sentei naquela rodinha de pessoas desconhecidas. Te quis pra sempre e perto. Quis descobrir tudo o que eu já sabia. Que era bem aquilo que eu tinha certeza ser. Com voz calma e risada que me fez derreter a alma. De gestos suaves e despretensiosos. Da cor-de-café-fraco-e-doce. Nunca tive tanto de alguém mesmo tendo tão pouco. É que contigo eu vou me apegando aos detalhes. Vou formando historinhas sem pé. Criando rimas. Escrevendo todas as linhas que vier. 'Cê fica indo e vindo, me fazendo toda vez um bocado feliz. Coisa pequena. Porém forte. E bem verdadeiro. Sorrindo como sempre e retribuindo minhas confissões de saudade. Ontem mesmo fui dormir me proibindo de pensar em você. Mas aí eu adormeci. Subi num ônibus qualquer e fui até aí, te cobrar umas coisas que você ficou me devendo. Ou que eu insisto em te dar de graça. Ou que os nossos sorrisos, quando se viram uma única vez, pediram pra acontecer - eu prefiro descrever assim. Então acordei e fiquei com tua presença tão forte que vim me desmanchar por aqui. Mas 'tá complicado, viu? Quanto mais encho linhas, mais cheia de você eu fico. É tão fácil fechar os olhos e sonhar com você. É bobagem, eu sei. Tenho você por um curto espaço de tempo e insisto em te querer, como se fosse coisa que se pode ter. Mas querer é verbo que não precisa de muita coisa pra acontecer. 
E mesmo de longe, guardo coisas e não são só seus sorrisos. E quando percebo já tenho uma coleção de coisas, horas e afetos. Tenho tudo embrulhado com esperança. Não sei se é seguro, mas dizem que é a última que morre. E agora, depois de meses sem te escrever, retorno. Dessa vez sem terceira pessoa, mas com tudo aqui, como da última vez. Afeto de sempre, carinho de sempre e esperança de sempre e a mais presente e mais forte: a saudade.
Finalizo esse, sem finalizar aqui, porque de certo continuarei enfeitando sua imagem, com sorriso e nostalgia, enquanto ela insiste em permanecer comigo.

Para B.

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