25 de janeiro de 2012

Eu tenho medo de mim. Um medo absurdo de mim. De todas essas loucuras que penso, de todas essas coisas que sinto e de toda essa vontade que tenho. Estou sempre querendo algo inalcançável, distante, difícil. Pensando coisas inadequadas e sem esperança. Querendo sempre o perto mais longe e o longe mais perto. Se eu disser que sei o que quero, diga-me: mentirosa. 
Tenho medo também desse vazio que só vai ficando mais cheio e mais doloroso. Ando querendo encher o copo com ar. Não sei mais de mim. Nunca soube, aliás. Hoje, então, as interrogações aparecem em molduras. E descobri que elas fazer doer. E corroer. 
E o meu sorriso, que diziam ser o mais bonito, perdeu a cor. E o brilho. E o sentido. E a vontade. Deixei no automático e esqueci de mudar. E os dias tem passado sem efeito, porém cheios. Mesmo que de rotina, cheios. Também de dores minúsculas, sonhos rasgados e vontades esquecidas. Com muito preguiça e lágrimas também. Daquelas que não regam e/ou limpam nada, só deixam ainda mais seco, sujo e pesado. 
Não 'tô enxergando sol nenhum atrás da montanha, bonança nenhuma depois da  tempestade, riso nenhum depois de todo esse pranto. Me esforço, até levanto os pés e ergo um pouco o pescoço, mas não enxergo. 


Escrito em 05.12.11

4 comentários:

Maria Midlej disse...

Nao sei porque eu senti um gosto amargo ao ler isso, mas ainda assim gostei.

de la disse...

Amargo-doce.

de la disse...

Amargo-doce.

A Poetisa Aprendiz. disse...

Te descreve e me descreve.
Gostei do texto.