I
Entre as minhas veias
A chuva que caiE a música que ecoa
Percorrem átomos
Que me interrogam
O que
Como
Sentir tudo
Sem deixar
Escoar nada
Eu quero sentir
O mundo nas minhas digitais E abraçar
A lua com a palma da mão
- e dançar folk como se voássemos
Encostar meus lábios
Vibrantes
Em cada estrela
E sentir o êxtase
De cada galáxia
Do seu amor eu quero teus olhos
- espelhos da almaPara que entendas que
Assim como um violino
Não soa igual ao outro
O mistério do toque
É o único que vale
Gastar
Até então, descobrir:
Inutilmente
Nenhuma suspeita sustenta-se
Quando uma alma solitária encontra outraFeito dois corações
Em processo de fusão
A felicidade figura-se
Em quem sente muito
E nada procura entender
O coração se pudesse pensar, pararia.
II
Teus olhos famintos
Querem devorar
As coisas erradas
O que acontece
Com o coração Diante de um céu
Engarrafado de estrelas?
O que me dizes
Dos silênciosDas madrugadas
Gastadas
Por um corpo
Encostado em outro?
Silêncios tecidos
E bebidosNa valsa eterna
Dos segredos
Silenciados
Codificados
Indizíveis
E incompreensíveis
Que nada importa
Diante de dois lábios
Em brasas
O que vivifica
É o choque
A cinética
A gravidade
Que esse corpo tem
Sobre outro
O que importa
É sua forçaInvalidada
Diante de outra força
Maior
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