14 de dezembro de 2011

"Café sem açúcar, dança sem par."




Eu ainda tinha seu gosto na boca. Depois de muito tentar, levantei. Me atrevi a olhar no espelho. Ele me denunciava olhos inchados e maquiagem borrada. Procurei o rastro dos seus beijos em meu pescoço e os encontrei na memória. Fui corajosa o bastante para colocar a música que considero nossa. Em seguida, a coragem escorreu com as lágrimas. Cada notinha era você e aquela noite boa.
Devolvi meu olhar ao espelho e senti cada toque seu ainda, como gotas de chuva forte. Fitei a parede que me revelou coisas feito filme. Vez que meu coração parava enquanto você me olhava por eternos cinco segundos e depois me abraçava, ou fazia um carinho, ou permanecia como sempre: em silêncio. Ficou feito carimbo e 'tá demorando pra largar. Não saiu no banho, nem com o novo dia, nem com o sorriso bonito de outro alguém.
Ando recitando Vinicius e tentando pegar o que faça parar. De doer, de sentir, de lembrar. É isso. Eu te amei demasiadamente sem motivos ou espaço. Mas éramos feito branco e preto. Ou transparente eu, e você incolor. Eu sempre dizendo e contando e falando e sonhando e amando e você como sempre eu digo que é e sabe bem.
Não me disse palavras enfeitadas nem me fez juras, mas cada segundo junto foi pior. Meus olhos viram e meu coração guardou tudo. E foi tanto. Mesmo que de mentira.
Já não peço pra acontecer nada, porque não anseio mais isso. Verdade. Já foi mistério, já foi bom, já foi muito bom e agora é o que sempre vem depois disso: o fim.

E hoje eu te quero de longe, mesmo você ainda estando tão perto.

3 comentários:

Dally disse...

Ai, deu vontade de chorar. Muito melancólico, sua cara.

D. Rodriguez disse...

Já eu a quero tão perto mesmo estando tão longe. Contradições da vida.

Abraços Imundos;

aninha disse...

Eeee