26 de agosto de 2011

"Ando afastada. De mim mesma."


Lágrimas nos olhos. Outras no coração.

A menina passeia na rua sem lugar e percebe vozes por toda direção. É tanta confusão que ela resolveu sentar e só observar. Os passos, os sorrisos, os gestos, as pessoas.
Tem fugido daquilo que sabe ser certo para ela. Lota-se dessas vontades que não podem ser feitas e desses pensamentos inoportunos. Sempre assim, virando rotina.
Atou-se em sua blusa de frio e sofreu. Talvez ela queira permanecer assim. Mesmo estando lotada de si. De uma parte podre e suja. Incolor.
Seus olhos tem sido como câmeras. Tem visto tanto que já nem sabe mais o que é certo. Alguma vez ela já soube?, o pensamento ecoou.
Sentiu os ombros doerem. Deve ser o peso. De erros, de medos, de faltas. Olha para o espelho e consegue ver o buraco do vazio aumentar. Por vezes pensa que até gosta de viver assim. Porque deixa e carrega parecendo não ligar. Não consegue forçar os braços finos para que se movam ou o coração frio para que sinta.
Lágrimas regam o pedido para que tudo já se vá. Se é que passa.
Ela continua lá e talvez permanecerá por um tempo longo. Cada dia a guerra tem ficado mais difícil, mas ela não consegue levantar.
Só consegue respirar e deixar tudo caminhar do jeito que está.
E dói. E pesa. E corrói. Repete.

2 comentários:

Anônimo disse...

Adorei o design do teu blog! :3 E é claro, do jeito de como você escreve. Vou voltar mais vezes, assim que tiver algum texto novo. Beijos.

Ellen Mancine disse...

cada vez fico mais apaixonada por seus texto, é inexplicado chuchuzinha <3